sexta-feira, 11 de maio de 2012

Ah, o amor...


Então tá, vamos falar sobre amor. Não que eu saiba falar sobre isso ou tenha uma vasta experiência no assunto...

Poderia começar com as borboletas no estômago, as mãos que ficam suadas, as pernas que estremecem e a mente que vaga; ou falando sobre as noites de insônia, as ligações tão esperadas ou aquela voz doce. Mas não.

Inicio falando do próprio amor e do quão indecente é falar sobre ele. Ora, falo do amor por opção; ignorando o amor pela nossa família e todos os outros que amamos por consequência de algo além da nossa própria vontade. Falo daquele sentimento que depositamos em alguém escolhido minuciosamente, mesmo que nós insistamos em falar de acidentes. Deveríamos saber medir as palavras, chega de culpá-lo por tudo.

É esse amor sublimado que nos estraçalha e nos tira da linha; que transforma a calmaria em furacão e nos leva aos extremos. Bobagem achar que um dia saberemos amar na medida certa, com todo equilíbrio necessário. É como se o sentimento nos colocasse sob um fino fio, entre a razão e a loucura; entre contradições que nem nós mesmos conhecemos. Ainda assim, insistimos em amar. E amamos amparados na certeza da eternidade do sentimento, mesmo que ele não dure sequer o necessário para guardarmos os bons momentos. Somos tolos o suficiente para nos prendermos a tudo o que nos machucou e ignoramos todos os sorrisos que o amor nos proporcionou.

Maior que a impotência por um amor perdido, é a necessidade de achar um culpado pelo seu desaparecimento; e quando não há motivos, a culpa é do amor. A ignorância nos cega de um jeito que acabamos esquecendo que o sentimento só existe porque nós o criamos. Criamos, cuidamos e o entregamos completamente para quem achamos que devemos, com a certeza de que o outro está preparado pra ter o mesmo zelo que tivemos por tanto tempo com o nosso amor.

Prefiro encarar desse jeito: é sorte. Se tivermos sorte, encontraremos alguém disposto a cuidar do nosso amor. Se tivermos sorte, nosso amor será muito bem tratado e teremos apenas boas coisas para falar sobre ele: borboletas, mãos suadas, pernas trêmulas... Se tivermos sorte, alguém irá nos entregar o seu amor também. E com uma dose ainda maior de sorte, esses dois sentimentos tão iguais e tão diferentes, se transformarão num só. E ai nos restará torcer pela eternidade. Até por que, quando chegamos nesse ponto, aquele fino fio treme e há sempre o risco de descobrirmos que a eternidade pode ser só até o fim do dia, e lá vamos nós culpar o amor... Loop eterno.

Ignorando a impessoalidade, me coloco em questão. Tô na torcida pela eternidade, não quero culpar o amor, no fim das contas.

tita.

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